sexta-feira, 25 de junho de 2010

de mim...




Eu gosto mesmo é de silêncio, de mãos dadas por baixo da mesa, de sorrisos compridos, de rir de bobagens e do nada olhar nos olhos, de ficar com as bochechas vermelhas, de brilho labial com gosto de melancia, de vento me despenteando, de abraço forte, de segredos, de pele macia, de corpo quente, de fugir enlouquecida no meio da multidão, de reconhecer aquele sorriso de longe, de correr feito louca, de quase cair no chão, de sempre estar atrasada, de ficar parada sem falar nada, de vozes baixas, com sotaque malandro e arrastado, de perder a concentração...Eu gosto mesmo é dos planos, de boca perfeita, de olhar o mar à noite, de sentir frio na espinha, de fingir que não tem clima nenhum, de falar de futebol, de desviar o olhar, de falar das estrelas, de me sentir levemente bêbada, de falar compulsivamente, de sentir as mãos na cintura, de não sentir frio no frio, de beijo roubado, com gosto de chiclete.


De rir de mim mesma, de sentir frio na barriga, de vestido cheio de areia, do som do mar, do dia nascendo, de tomar bronca dos meus pais, de fingir que to chateada, de me esconder no quarto, deitar na cama e ouvir Nenhum de nós por 13 horas consecutivas, de lembrar de tudo que foi e não passou, de tudo que ficou, depois que acabou, dos sonhos que nascem inconscientemente, de me lembrar de tomar doses de realidade e repetir: Chana, Chana não se empolgue!E cinco segundos depois estar suspirando, o que eu gosto mesmo é de alugar os ouvidos das minhas amigas, de sentir que tudo se encaixa, de me irritar pensando onde eu estive tanto tempo!O que eu gosto mesmo, é de perder a linha e perder o rebolado, de parecer uma menina de 12 anos, de usar sapatinho de boneca e vestido, de vodka com limão e gelo, de suco de abacaxi, de cantar feito louca na rua, de surpresa, de loucuras, de perfume com cheiro de manhã de sábado...










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O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas.Morrer não dói.




( Cazuza)

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